Na tarde desta quarta-feira, 30, o Curso de Capacitação para o Acompanhamento das Políticas de Ações Afirmativas realizou aula inaugural, reunindo pessoas de várias cidades do país em encontro pela plataforma Google Meet. O curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) tem o objetivo de potencializar a constituição das comissões responsáveis pelos processos de acompanhamento das políticas de ações afirmativas e viabilizar a implantação e implementação dos processos de heteroidentificação.
Servidores, discentes e pessoas da comunidade externa compõem a primeira turma do curso de 100h, que terá atividades até o mês de junho. Com essa formação, os participantes poderão integrar as Comissões de Verificação da Autodeclaração Étnico-racial, conforme prevê a Resolução nº 153/2021, a qual entende que a concepção de raça, hoje, é vista como uma construção política, histórica e cultural.
O encontro contou com a participação do reitor, Aécio José Duarte, que destacou que esta é mais uma ferramenta para que a instituição possa consolidar efetivamente as políticas afirmativas, conquistadas através de muita luta. “Esse é o momento em que a gente tem uma responsabilidade muito grande, na qual a gente busca garantir e proteger os direitos e prevenir fraudes”.
A aula inaugural foi mediada pela presidente da Comissão de Acompanhamento das Políticas Afirmativas e Acesso a Reserva de Cotas, Izanete Marques, e contou ainda com a participação da diretora acadêmica do Campus Itapetinga, Evelin Santiago Vasconcelos dos Santos, representando o diretor-geral da unidade, o professor Rômulo Spósito das Virgens; da coordenadora de Extensão do Campus Itapetinga, Erika Ferreira de Abreu Mac Conell; da pró-reitora de Pesquisa e Inovação, Luciana Mazzutti; e do pró-reitor de Ensino, Ariomar Rodrigues. A aula foi ministrada pela docente Fernanda da Silva Machado, líder e pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Linguagens, Culturas e Ensino do IF Baiano – LinCultE. A docente abordou as nuances estrutural, de marca e institucional do racismo em sua discussão com a turma.
Fernanda iniciou a aula abordando o que é racismo e problematizando o fato de que embora cientificamente não exista a distinção racial entre humanos, socialmente o racismo existe e está pulsante na sociedade. “O racismo deduz que existam diferenças entre pessoas com base em sua raça”, relata. Fernanda explica que na sociedade o racismo separa a humanidade em dois grupos, pensando em termos de superioridade e inferioridade. Ela pontuou que, paradoxalmente, para combater o racismo, mesmo sabendo que biologicamente não existe essa distinção de raça, é preciso reconhecer que no campo social ele está em pleno vigor. “É importante que a gente fale de raça para poder combater o racismo. [É preciso] entender, nomear, reconhecer para, então, combater”, explica a docente.
Para Fernanda, a discussão foi muito proveitosa com participação ativa da turma tanto no microfone quanto no chat por mensagens de texto. A docente ficou feliz com a troca entre os participantes. O docente do IF Baiano – Campus Serrinha, Geovanio Nascimento, foi um dos participantes da discussão e ele compartilhou com a turma que entrar no IF Baiano e participar das discussões do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) foi determinante para sua autoconscientização racial.
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