Período marca o fortalecimento de uma agenda que valoriza a luta histórica das mulheres negras
Durante o mês de julho, o Instituto Federal Baiano (IF Baiano), por meio dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABIs), promove atividades que integram a agenda do Julho das Pretas.
A mobilização envolve diferentes campi da instituição em ações voltadas à reflexão sobre gênero, raça, território e resistência, com protagonismo de mulheres negras.
Criado em 2013 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, em Salvador, o Julho das Pretas tornou-se um movimento de abrangência nacional, tendo como data principal o dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
No IF Baiano, a data marca o fortalecimento de uma agenda que valoriza a luta histórica das mulheres negras e promove ações institucionais de enfrentamento às desigualdades de raça, gênero e classe, articulando ensino, pesquisa e extensão.
Como explica a vice-coordenadora geral do NEABI, Débora Simões, a data permite refletir sobre a trajetória histórica do movimento de mulheres negras no Brasil, que surgiu ainda durante a ditadura militar, quando essas mulheres, inseridas tanto no movimento negro quanto no feminista, perceberam a necessidade de articular uma luta que unisse as pautas antirracista e antimachista. “Eram mulheres envolvidas tanto no movimento negro brasileiro contemporâneo quanto no movimento de mulheres, que é outro movimento social muito importante no Brasil, responsável por pautar diversas conquistas históricas”, relata. “Se hoje temos, por exemplo, o direito ao voto, isso foi uma conquista do movimento feminista brasileiro. As mulheres negras estavam presentes nos dois movimentos, mas sentiam a necessidade de criar um espaço que unificasse essas pautas”, contextualiza.
Ao valorizar e celebrar a data, o IF Baiano busca contribuir com a valorização da luta das mulheres negras. Para o coordenador geral do NEABI, Chintamani Alves, é importante fomentar ações como essas no ensino, na pesquisa e na extensão, assegurar a implementação da Lei 10.639/03, fortalecer os núcleos NEABI e GENI como espaços estratégicos, estimular a presença de mulheres negras em cargos de gestão e engajar a comunidade acadêmica com a pauta. “A importância da data reside na intensificação de ações que já são construídas ao longo de todo o ano, promovendo uma agenda política que valorize a atuação histórica das mulheres negras, denuncie as opressões e contribua para superação da desigualdades de gênero, raça e classe”, afirmou.
Julho das Pretas no IF Baiano
Confira a programação por campus:
No dia 13 de agosto, o Campus Santa Inês realizará uma roda de conversa com foco em autoras negras. A proposta reúne docentes do campus em diálogo com a obra de diferentes intelectuais negras:
Será realizado o II Fórum de Trabalhadoras Rurais do Recôncavo Baiano, com o tema “Mulheres Negras Rurais na Lida: Lutas Cotidianas por Reparação e Bem viver”.
O evento tem coordenação geral da assistente social Maria Asenate Conceição Franco, que também preside a comissão organizadora, composta por Sudelmar Fernandes, Ildo Rodrigues, Denilson José Vicente e Sara Soares.
O objetivo é reconhecer mulheres do campo como protagonistas de suas vivências com a terra, liderança sindical e defesa dos territórios tradicionais. A atividade também resgata o legado de Margarida Alves, trabalhadora rural assassinada em 1983, cuja atuação sindical é símbolo de resistência. O fórum propõe uma “ciranda das lidas”, com partilhas de experiências entre mulheres camponesas, quilombolas e indígenas.
Data: 23 de julho de 2025
Horário: das 8h às 11h30
Local: Auditório do Campus Governador Mangabeira
Inscrições: de 16/07 (14h) até 23/07 (9h), pelo SUAP. Clique para se inscrever
Programação completa:
O NEABI de Teixeira de Freitas participa de duas atividades durante o Julho das Pretas:
No dia 25 de julho, o Campus Bom Jesus da Lapa realizará evento com o tema “Águas e corpos em movimento: diversidade, sexualidade e protagonismo das mulheres negras na luta por justiça, equidade e oportunidade no Velho Chico”. A programação inclui mesa-redonda, roda de conversa e participações especiais, em um momento de escuta, troca, resistência e celebração da força das mulheres negras.
Mesa-redonda:
Roda de conversa:
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