Evento fez parte da programação do IV CEPEX, que está sendo realizado na cidade de Santo Estêvão
Alguns esbanjaram entusiasmo. Outros provocaram emoção. Teve ainda quem surpreendeu pela delicadeza. Mas o que foi unânime durante a etapa intercampi do Festival de Arte e Música do IF Baiano (FAMIF) foi, é claro, a ousadia e o talento. Entre os dias 17 e 18 de setembro, o Centro de Eventos Profª Tereza Maria Silva Gesteira, em Santo Estêvão, tornou-se palco da criatividade e da diversidade artística de discentes, servidores e colaboradores da instituição, durante a programação do IV Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEX).
Fazendo jus ao tema desta edição, “Ouse ser você”, durante dois dias de festival, participantes demonstraram coragem, autenticidade em diferentes formatos artísticos, passeando por modalidades como interpretação musical, performance cênica, dança e artes visuais. Nesta edição, houve 88 apresentações finalistas, sendo 27 de artes visuais, com cerca de 150 pessoas envolvidas entre estudantes e servidores, representando todos os campi da instituição.
Na quarta-feira, 17, pela manhã, o primeiro dia do FAMIF começou com as oficinas artísticas realizadas no Colégio Estadual de Tempo Integral de Santo Estêvão, envolvendo estudantes em atividades de criação e expressão. À tarde, no foyer do Centro de Eventos, foi iniciada a etapa de apresentações artísticas com a exposição das criações de artes visuais ao público e de avaliação pelos jurados.

Ainda no dia 17, no início da noite, foi realizada a cerimônia oficial de abertura do Festival, marcada por performances artísticas, apresentação do júri, além da fala dos gestores e realizadores do evento. Em sua fala, o pró-reitor de Extensão do IF Baiano, Luís Gomes, deu as boas-vindas ao público, reforçando a importância de mostrar a arte do IF Baiano em Santo Estêvão e de integrar a comunidade local, que em breve contará com uma nova unidade da instituição. Já o reitor do IF Baiano, Aécio José Duarte, reforçou os agradecimentos a cada campus e unidade envolvidos na realização do festival e destacou o trabalho coletivo desenvolvido pela comunidade de Santo Estêvão na implantação da futura unidade do IF Baiano na cidade.
Em seguida, o público acompanhou o primeiro bloco de apresentações em palco dos finalistas. A noite foi encerrada com o show de Lis Braga e Janderson do Acordeon, que animaram a plateia no encerramento da primeira parte do festival.
Na quinta-feira, 18 de setembro, o festival continuou durante todo o dia com os demais blocos de apresentações de finalistas, trazendo ainda mais expressões da dança, música, teatro, e poesia produzidas pela comunidade do IF Baiano.
A condução do evento também foi marcada por representatividade e energia. Dom Gatto, persona drag da servidora do IF Baiano, Iara Colina, comandou a apresentação ao lado de Ana Clara Rosário, estudante do Campus Uruçuca, e Camila Meira, estudante do Campus Bom Jesus da Lapa.
O FAMIF divulga hoje à noite os participantes premiados na cerimônia de encerramento do IV CEPEX.
Para muitos, participar do festival significou superar limites pessoais. Foi o caso da colaboradora terceirizada da Reitoria do IF Baiano, Yolanda Teixeira, que estreou no palco com a poesia autoral Coragem de Ser. Ela relatou que encontrou no FAMIF a oportunidade de se reinventar. “Foi um momento único. Tive que me preparar muito, respirar fundo, orar e confiar que daria certo. Subir ao palco me desafiou, mas também me fortaleceu. Sempre trabalhei nos bastidores, mas desta vez decidi viver a experiência de ser artista aqui”, contou.
Já para Kalili Miranda, estudante do curso técnico integrado em Agroindústria do IF Baiano – Campus Alagoinhas, a participação teve sabor de conquista. Em seu último ano no IF, ela decidiu enfrentar a insegurança e se inscreveu na categoria de dança, com a apresentação de balé clássico intitulada Cintilar. “Sempre quis participar, mas me sabotava achando que não ia dar certo. Agora, percebi que era o momento. Independentemente de prêmio, estar aqui já é uma vitória. Foi um processo de autodescoberta e evolução pessoal”, afirmou a bailarina.



Além da superação pessoal, o festival foi marcado por apresentações que celebraram e valorizaram a arte e a cultura regionais. Foi o caso do grupo Cangaceiros, formado por estudantes do Campus Bom Jesus da Lapa, que trouxe o espetáculo Sou o que Canta Meu Sertão. Misturando referências da cultura nordestina (como a figura do vaqueiro, a seca e a festa junina), os artistas encantaram o público.
Segundo a estudante Ana Maria, a proposta foi uma forma de conectar o tema do festival às raízes sertanejas. “Ousar ser você também é ousar ser suas origens. Nosso grupo quis mostrar o orgulho de ser nordestino, trazendo elementos da cultura popular e da história do sertão. Foi uma forma de representar nossa identidade de maneira autêntica e alegre”, destacou.
As performances foram avaliadas por um júri de especialistas em diferentes áreas da arte. Da música, participam Lis Braga, cantora e compositora, e o músico Xax Falcão. Na literatura e artes visuais, estão Érica Azevedo, escritora e professora de Letras, Camila Bastos, artista plástica e professora, Jorge Abel Galeano, artista especialista em pintura, mosaico e colagem, e Willian Araújo (Will Payayá), escultor e pintor indígena. O júri também conta com Edésio Nascimento, historiador e dramaturgo, e Ana Conceição, coreógrafa e professora de dança, ambos da cidade de Santo Estêvão.

Para a professora Érika Azevedo, integrante da comissão avaliadora, a experiência foi desafiadora e gratificante. “A qualidade das apresentações é altíssima. É difícil julgar quando se está diante de tantas expressões diferentes. Mas é muito bonito perceber o empenho e a paixão dos estudantes. A arte cumpre aqui um papel fundamental de formação humana”, afirmou.
Segundo Pollyanna Brasil, coordenadora geral de Difusão Técnico-Científica Cultural da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), o júri do FAMIF foi formado a partir de indicações da Secretaria de Cultura de Santo Estêvão, que sugeriu especialistas em cada área artística. Ela explicou que cada modalidade seguiu critérios técnicos específicos de avaliação, considerando expressão, criatividade, domínio de palco, performance, afinação, letra, melodia e harmonia.
Ainda de acordo com Pollyana, o diferencial desta edição foi a retomada da estrutura de 2019, com teatro, palco adequado e foyer para as artes visuais. Ela explicou que essa melhoria proporcionou um ambiente mais adequado para os artistas e destacou que o engajamento da comunidade aumentou a cada ano. Segundo ela, “o engajamento que cada ano aumenta, também em relação à estrutura que dá em um FAMIF lindo, digno dos nossos artistas”.
Mais do que revelar talentos, o Festival de Arte e Música proporciona momentos de reflexão, formação crítica, interação e valorização da diversidade cultural. É um espaço em que estudantes e servidores(as) compartilham saberes, expressam sentimentos e fortalecem laços, celebrando a arte como parte essencial da formação humana integral.





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