Dois projetos do Campus Catu nas áreas de Humanas e Saúde foram premiados na Feira
Duas pesquisas cientificas do IF Baiano foram premiadas na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), uma das maiores feiras de ciências do país, que ocorreu entre os dias 15 e 27 de março e contou com a exposição de mais de 300 projetos. A premiação do evento foi realizada no último sábado, 27, em cerimônia virtual, com transmissão ao vivo pela internet.
A pesquisa Imagens de Catu: tipologia documental para a construção de um museu iconográfico virtual para o município de Catu-BA concorreu com outros 56 projetos e ganhou o 2° lugar na categoria Ciências Humanas. Já o projeto de pesquisa fomentado pelo IF Baiano e pelo CNPq, CicatriBIO: produção de formulações farmacêuticas a partir do látex da mangaba (Hancornia speciosa) para auxílio na cicatrização de úlceras cutâneas em pacientes diabéticos, conseguiu o 3° lugar entre 34 projetos da área da Saúde e publicará um artigo na revista Inciência.
Museu virtual resgata história de Catu-BA
A equipe do projeto Imagens de Catu, formada pelos alunos Luis Fernando dos Santos Souza, Filipe Matheus Oliveira e Hebert William Fernandes, pelo docente Marcelo Souza Oliveira e pelo técnico em assuntos educacionais Rafael Rosa da Rocha, realizou uma pesquisa documental iconográfica, levantando principalmente fotografias do município de Catu e dos catuenses e criou um museu virtual para que a comunidade local pudesse conhecer sua história. O Museu Catu em Retrato é também uma ferramenta para que estudantes, professores da educação básica e pesquisadores das mais diversas áreas possam realizar pesquisas.
Segundo o professor de História, Marcelo Souza Oliveira, a ideia do projeto surgiu a partir da percepção de que uma diversidade muito grande de fontes iconográficas sobre a cidade se encontrava dispersas na internet. “Resolvemos, então, tentar fazer um inventário, organizar, interpretar essas fontes e disponibilizá-las através da criação do Museu Virtual”, explica.
Para o bolsista do projeto, Luis Fernando, é muito gratificante receber esse reconhecimento depois de tanto esforço e trabalho em grupo madrugadas à dentro. “Acredito que nosso museu tem o poder de fazer com que os munícipes da cidade de Catu possam conhecer um pouco mais sobre sua história e se orgulhar da mesma, entender que o interior também tem uma história rica e bonita”, afirma.
A pesquisa está, atualmente, na segunda etapa, quando vai analisar a possibilidade do uso do Museu como recurso pedagógico para o ensino de história em escolas do ensino fundamental de Catu. A equipe visa ainda ampliar o acervo e criar uma galeria destinada a mapas e plantas históricas sobre a cidade e outra para os cidadãos catuenses, “personalidades e anônimos”.
Gel cicatrizante feito com látex da mangaba
O projeto Cicatribio comprovou que formulações a partir do látex da mangaba são eficazes na cicatrização de ferimentos, sem causar quaisquer efeitos colaterais. O gel e a pomada, resultantes da pesquisa, podem ajudar no tratamento de feridas em decorrência de doenças como a diabetes, que acomete 16 milhões de pessoas em todo o Brasil.
A ideia surgiu do aluno João Pedro de Oliveira Lima, ao observar que, quando se corta o caule do pé da mangaba, rapidamente a planta estanca o látex liberado e ‘cicatriza’ o caule. Ele então levantou a hipótese de que esse látex tivesse efeito reparador na cicatrização de ferimentos e pudesse ajudar a sua avó, que sofre com esse tipo de complicação decorrente da diabetes. Após alguns estudos, junto à colega Ítila Maykely dos Santos e aos orientadores Saulo Luis Capim e Jane Lima dos Santos, João Pedro confirmou sua teoria de que a planta, típica da região Nordeste, era realmente eficaz.
O orientador da pesquisa, Saulo Capim, explica que diferente do látex da seringueira, já utilizado pelo mercado para o mesmo fim, o látex da mangaba tem a vantagem de não possuir proteínas tóxicas que causam efeitos colaterais e irritações na pele. A pesquisa está em sua segunda etapa (testes em camundongos), após os resultados na fase I (in vitro) serem surpreendentes e motivarem a equipe a dar entrada em um pedido de patente junto ao INPI.
Recentemente, o projeto também ganhou um subsídio de 200 mil reais do Ministério da Educação (MEC), através do edital Empreendedor Inovador, para que a pesquisa seja concluída e possa realizar testes e comercialização do produto. “Quando chegarmos ao fim das fases e estivermos com os produtos formulados e disponíveis no mercado, poderemos auxiliar a população com uma problemática que atinge milhares de pessoas no mundo todo. Os ferimentos difíceis de cicatrizar causam enormes transtornos para a sociedade. São gastos milhões de reais anualmente no SUS para tratar pessoas com ferimentos graves e difíceis de cicatrizar. Este projeto tem o intuito de auxiliar as pessoas e os profissionais de saúde que lidam com esta temática constantemente”, concluiu o professor.
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