Uma iniciativa de extensão do Instituto Federal Baiano – Campus Guanambi proporcionou enriquecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Trata-se do projeto Química Pelas Mãos, que consiste na criação de um sinalário composto por dez termos usados cotidianamente na área.
A idealizadora é a estudante de Licenciatura em Química, Rita Freitas. Durante o lançamento do projeto, ocorrido na noite da última quarta-feira (12), no Auditório do Campus, ela revelou o que a motivou a criar o projeto.
“Percebi, durante uma monitoria voluntária a dificuldade dos intérpretes frente a carência de terminologias Químicas em Libras, o que, por sua vez, refletia em frequentes relatos de alunos e amigos surdos que não conseguiam compreender a disciplina. Pesquisei e descobri a não existência ou inadequação de muito deles e com o apoio de profissionais de Libras, criamos este sinalário”, disse.
Os dez novos sinais foram publicados em forma de folder e no canal do Projeto Química pelas Mãos no Youtube. O material didático deve contribuir com professores, tradutores/intérpretes de Libras e alunos com surdez, com vistas a facilitar a interação comunicativa.
Os termos que tiveram os sinais criados foram: Base, Hidroxila, Ligação Covalente, Mistura Homogênea, Mistura Heterogênea, Oxidação, Redução, Solução, Soluto e Solvente.
A apresentação do projeto teve a participação de estudantes e servidores do Campus Guanambi, além de membros da comunidade surda da cidade e da Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos (Apada).
Para Laiza Alves Domingues, especialista em Libras e mãe de um surdo, a criação do sinalário é um marco na história do ensino de química para surdos e é essencial e urgente que o projeto se expanda para outras áreas. “Esse projeto, além de empoderar o povo surdo, traz para o IF Baiano notoriedade no desenvolvimento da inclusão e acessibilidade das pessoas com surdez”, disse.
Participando remotamente do lançamento por motivo de viagem, o diretor-geral, Carlito Barros, mostrou satisfação com a inciativa. “Todas as ações que provem a inclusão das pessoas são bem-vindas. A iniciativa de criar o sinalário para os termos é um feito muito relevante para a instituição, pois preenche uma lacuna que dificulta o processo de aprendizagem. Espero que estudantes e professores de outras áreas também possam pesquisar e embasar a criação de novos sinais que irão facilitar a compreensão dos assuntos”, comentou.
Química pelas mãos é um projeto que faz parte do Programa de Extensão Tecnológica (PET) do IF Baiano e tem a coordenação da professor Joilce Fernandes, com participação do professor e interprete de Libras Julianno Lima e do pedagogo surdo Yuri Fernades. Além de Rita, as estudantes Isabela Martins, Jaine Cruz e Raquel Almeida participaram da execução como bolsistas ou voluntárias.
Além do canal no Youtube, o projeto conta também com um perfil no Instagram. A ideia é que novos conteúdos possam ser adicionados no futuro com base em novos estudos para criação de sinais para termos ainda não referenciados pela língua.
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