Ideia de construir um biodigestor caseiro se transformou em projeto de extensão, beneficiando produtores rurais da região de Santa Inês.
Vai ao ar nesta quinta-feira, 15, no Canal Futura, mais um episódio do programa Pense Grande.doc, uma série de 26 episódios sobre casos de jovens empreendedores no país. E o destaque da vez é um projeto do egresso do IF Baiano, Rafael Gonçalves, desenvolvido durante seu tempo de formação no curso técnico integrado em Zootecnia no Campus Santa Inês.
Utilizando dejetos de origem animal, o estudante construiu um protótipo de biodigestor caseiro para produção de biogás, formação de biofertilizantes e capacitação de pequenos agricultores de sua região.
A ideia surgiu a partir da identificação de uma necessidade observada em seu contexto familiar. “Lá em casa, a gente tem muito consumo com gás de cozinha por causa do trabalho do meu pai, que é com ferrageamento de animais a quente. Sem falar do uso do gás para cozinhar. E a gente viu uma reportagem falando sobre os biodigestores. Então, eu e meu irmão fizemos um biodigestor, digamos, bem rústico, lá em casa”. No entanto, a primeira tentativa não deu certo. Era preciso entender melhor o funcionamento da tecnologia e essa foi a hora de pedir ajuda. Com orientações dos professores do Instituto Federal Baiano, Rafael começou a estudar sobre como aperfeiçoar o método de construção de um biodigestor, e assim, a simples ideia se transformou em projeto de extensão. “Com isso, veio a ideia de fazer uma fábrica de biodigestor no meu povoado, Lagoa Queimada, que necessita bastante disso. A população de lá é muito carente, então eles também necessitam de um gás de baixo custo”, relatou o jovem pesquisador.
Além da vantagem da redução de gastos, a produção de biogás tem impacto ambiental e para a saúde de moradores próximos a propriedades rurais, pois utiliza como matéria orgânica para sua geração dejetos de animais que, quando tratados de forma inadequada, podem contaminar o ar, o solo e a água. Assim, o biodigestor apresenta-se como alternativa ao aproveitar esses resíduos, que seriam dispensados como lixo, para a geração de energia renovável, cujo índice de poluição é baixo quando comparado aos combustíveis fósseis.
“A relevância desse projeto gira em torno, além da questão ambiental, uma vez que você está tirando esse dejetos do meio ambiente e impedindo que eles contaminem o meio ambiente, também da geração de renda porque você diminui o gasto com botijão de gás que, economicamente, para as pessoas daqui é muito caro. Então, você reduz o uso desse botijão de gás porque você vai estar utilizando o metano, que é o biogás produzido da composição desses dejetos, no fogão”, comenta a orientadora do projeto e docente do Campus Santa Inês, Tharcilla Pessoa.
Para demonstrar as potencialidades do uso do biogás foram realizados cursos para produtores rurais da região, com o envolvimento de quase 100 famílias. Hoje, apesar da conclusão do projeto, o trabalho de conscientização para os benefícios do uso da tecnologia continuam. “Nós estamos aqui caminhando pelos assentamentos e pequenas propriedades rurais levando um biodigestor portátil e incentivando as pessoas a ter esse biodigestor nas propriedades para poder diminuir a contaminação no meio ambiente e, além disso, ter a economia na utilização do gás”, relata a docente.
Há também a previsão de oferta de um curso de capacitação para produtores rurais, na modalidade de Formação Inicial e Continuada (FIC), com o objetivo de socializar o procedimento de implantação do biodigestor em pequenas propriedades e da utilização de dejetos de origem animal para produção do biogás e a produção do biofertilizante para ser utilizado como adubo.
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O episódio da série Pense Grande.doc sobre o projeto vai ao ar nesta quinta-feira, 15, às 22h15, no Canal Futura. Os episódios também estarão disponíveis no Futura Play e no site do projeto.
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