Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO




PortugueseEnglishSpanishFrenchChinese (Simplified)Japanese

Combate ao Coronavírus

ACESSE AQUI
Pesquisadoras do IF Baiano desenvolvem projeto de monitoramento ambiental no semiárido
Atualizado em 10 de fevereiro de 2023 às 16h06 | Publicado em 10 de fevereiro de 2023 às 12h10

Jovens pesquisadoras do IF Baiano foram destaque na MIC 2022 com projeto inovador

Compartilhe nas redes sociais:

Neste Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, vamos contar a história de três pesquisadoras que foram premiadas na Mostra de Iniciação Científica – 2022 do IF Baiano, com um projeto na área de sensoriamento remoto voltado para preservação ambiental no semiárido.

Alzira Gabrielle Soares Saraiva Souza começou a pesquisar como voluntária em um projeto durante o curso técnico subsequente em Recursos Naturais no CEFET-PB, atual Instituto Federal da Paraíba (IFPB), e não parou mais. Fez graduação em Geoprocessamento no IFPB, mestrado em Engenharia Urbana e Ambiental pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), doutorado em Engenharia Civil na área de Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pós-doutorado na Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) pela UFPE. Hoje, ela é professora do IF Baiano – Campus Uruçuca e atua na área de geoprocessamento e geotecnologias com ênfase em sensoriamento remoto aplicado a regiões semiáridas.

Foi como docente do IF Baiano que ela conheceu Izabelle Garcez Barbosa, aluna do curso técnico integrado ao Ensino Médio em Informática, e, Letícia Nogueira, estudante do curso de pós-graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável, ambas do Campus Uruçuca. A partir desse encontro, Izabelle também se tornou pesquisadora, atuando como bolsista de Iniciação Científica, junto com Letícia, no projeto “Mapeamento da dinâmica espaço-temporal do estresse hídrico na vegetação para o estado da Bahia, utilizando sensoriamento remoto”, orientado pela professora Alzira Gabrielle.

O projeto se destacou entre os trabalhos apresentados durante o Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão, recebendo o prêmio de primeiro colocado na categoria Projetos de Pesquisa de Iniciação Científica – Nível Médio.

Alzira Gabrielle e Izabelle Barbosa receberam o prêmio da MIC 2022 pelas mão do pró-reitor Rafael Trocolli e da servidora Larissa Peixoto

A pesquisa analisou dados de 2001 até 2021, obtidos pelo satélite TERRA da NASA, a fim de identificar ao longo do espaço e do tempo as áreas mais afetadas pelo fenômeno das secas no estado da Bahia. Foram utilizados dois parâmetros para a análise: o primeiro é o Índice Vegetativo (NDVI), que é derivado do produto orbital MOD13Q1, e o segundo são os dados do acumulado anual da precipitação pluviométrica. Os dados de NDVI informam sobre a atividade fotossintética da região, sobre a saúde da vegetação.

No estudo, esses dados foram processados para chegar à média anual de NDVI. Cruzando os dois parâmetros, as pesquisadoras observaram os períodos em que os valores de NDVI estavam mais baixos (em que houve menos atividade fotossintética ou menos saúde na vegetação) e relacionaram com o regime de chuva no período.

De acordo com a última delimitação da Sudene (2021), a Bahia possui mais de 80% das suas terras inseridas em região semiárida, o que sugere que essas áreas são suscetíveis aos eventos de seca e estiagem. “Quando esse fenômeno ocorre, pode resultar em impactos negativos no âmbito social, ambiental e econômico. Por isso, a utilização de imagens de satélite é uma ferramenta que permite o monitoramento constante dessas grandes áreas e a realização desse mapeamento subsidia a tomada de decisões pelos gestores públicos”, afirma a docente. Posteriormente, os mapas e produtos resultantes da pesquisa serão disponibilizados em um repositório de acesso aberto ao público.


Meninas e mulheres na ciência

Nesse projeto, trabalham pesquisadoras em diferentes estágios de formação: Alzira, pós-doutora; Letícia, cursando especialização; e Izabelle, que cursa o nível técnico. A trajetória da professora Alzira na ciência começa exatamente como a de Izabelle, como aluna da Educação Profissional e Tecnológica. “A partir dessa oportunidade de fazer pesquisa durante o curso técnico, também nasceu o desejo de ser pesquisadora. Isso fez abrir portas na graduação e fui convidada a atuar como bolsista de iniciação científica; a partir daí, prossegui na vida acadêmica realizando pesquisa no mestrado, doutorado, pós-doutorado e agora como docente do IF Baiano”, relembra a docente.

Numa sociedade ainda patriarcal, meninas não são incentivadas desde a infância a se tornarem cientistas. Izabelle, porém, se diz privilegiada por ter tido liberdade em casa para poder se desenvolver com autonomia. A aluna saiu de casa aos 14 anos para cursar o nível médio em outra cidade. “Sempre tive apoio nas minhas decisões, reconheço que não são todos que têm esse privilégio, e que meninas são menos apoiadas ainda”, comenta. “Existe ainda no senso comum a ideia de que certas carreiras ‘combinam’ mais com o gênero feminino, e que pesquisa não é uma área para mulheres por serem supostamente pouco racionais, muito mais envolvidas com atividades que envolvam cuidar, maternar”, completa Izabelle. A aluna é otimista sobre a equidade de gênero na ciência e acha que o cenário vem melhorando e se tornando cada vez mais plural.

Letícia começou a fazer pesquisas ligadas ao Geoprocessamento durante a graduação de Geografia. “Descobrir e poder explicar diversos processos ligados ao meio ambiente sempre me chamou atenção. Quando eu cheguei no IF Baiano, recebi o convite da professora Alzira Gabrielle para participar desse projeto de pesquisa, e, como sempre tive grande interesse pela área, aceitei de imediato para, assim, dar continuidade e agregar cada vez mais conhecimentos”.

Para Letícia, a importância da pesquisa científica para o desenvolvimento social se encontra no fato de trazer respostas para diversas questões que permeiam a nossa sociedade e, para além de respostas, soluções concretas, inovação em áreas que já existem. “A pesquisa científica acompanha a evolução do mundo e tem muita influência nessa evolução, em todas as vertentes de pesquisa, seja na saúde, ambiental, política, etc.”.

A aluna de pós-graduação acredita que a falta de incentivo das meninas à ciência passa pelo pouco acesso ao conhecimento da existência de mulheres na ciência e de suas produções. Para ela, aumentar a representatividade nesse meio é importante para que as meninas se vejam nesse lugar.

Para Alzira, abrir portas para meninas e vê-las se destacar como aconteceu com esse projeto é o que fortalece seu trabalho e a motiva para seguir em frente. “É gratificante ver as nossas meninas brilharem, isso mostra o potencial que elas têm de alçar grandes voos na carreira acadêmica e profissional. A premiação da apresentação de Izabelle durante o Congresso também me fez reviver que, quando tinha aproximadamente a mesma idade dela, tive meu primeiro artigo premiado em um evento nacional na minha área de atuação. Isso nos mostra a força que as meninas possuem e que podem chegar a lugares altos”, conclui a docente.

Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência

O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, foi instituído em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas. O IF Baiano é uma instituição comprometida com a equidade de gênero na ciência e celebra a data destacando o trabalho de meninas e mulheres que desenvolvem pesquisas científicas na instituição.

Confira as tags desta publicação:

Endereço: Rua do Rouxinol, nº 115 – Bairro: Imbuí | Salvador - BA CEP: 41720-052 | CNPJ: 10.724.903/0001-79 | Telefone: (71) 3186-0001
E-mail: gabinete@ifbaiano.edu.br