O Julho das Pretas é celebrado desde 2013, quando o mês foi instituído pelo Instituto Odara – Instituto da Mulher Negra como um mês de lutas e homenagens às mulheres negras. O mês foi escolhido em referência ao Dia Internacional da Mulher Negra, Afro-Latino-Americana e Caribenha, celebrado dia 25 de julho, e é fruto da movimentação das mulheres negras do Brasil, que pautam uma agenda política de superação das desigualdades de gênero e raça no país.
O Instituto Federal Baiano através dos seus Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABIs) tem se movimentado no sentido de realizar ações de conscientização contra o racismo não apenas em julho e novembro (mês da consciência negra), mas ao longo de todo o ano, entendo a importância de se fazer cumprir a lei 10.639, que institui o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana na Educação Básica.
Em momentos como o Julho das Pretas, no entanto, essas ações, repletas de representatividade e exaltação da cultura negra, se intensificam e ganham força.
Confira as atividades e eventos realizados pelos campi neste mês de julho:
Bom Jesus da Lapa
No campus Bom Jesus da Lapa, no dia 30 de julho, ocorreu a palestra “Força ancestral: vozes femininas do Recôncavo ao Sertão baiano”, em parceria com a coordenação de extensão do Instituto Federal da Bahia (IFBA) Santo Amaro. A atividade foi online, abordou questões das mulheres negras do Recôncavo Baiano e do Território do Velho Chico. A ação contou com a presença de Shirley Pimentel, da Comunidade Quilombola de Pedra Negra da Extrema, e Joelma Ferreira, co-fundadora e diretora executiva do Instituto Rainhas do Mar. Tratam-se de mulheres com destacada atuação nas comunidades locais, que promovem ações educativas, culturais, sociais, valorizando as mulheres negras da região. A realização do evento promoveu a reflexão sobre temas de igualdade racial e de gênero, oportunizando aos estudantes conhecerem lideranças inspiradoras, contribuindo para a formação de cidadãos comprometidos com a justiça social e equidade.
Governador Mangabeira
No dia 30 de julho, foram realizadas oficinas de cartazes e roda de conversa no campus Governador Mangabeira. O evento aconteceu em parceria do NEABI com o Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade (GENI), Serviço Social e o Núcleo de Apoio ao Processo de Ensino-Aprendizagem, Permanência e Êxito (NUAPE). A atividade socioeducativa, além de explanar sobre o dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, propôs um momento de escuta e escrita dos silenciamentos que tensionam e obstam oportunidades para o bem-viver livre de violações dos direitos humanos.
Guanambi
O campus Guanambi, dia 31 de julho, realizou uma roda de conversa, intitulada: Mulheres Afro-Latinas e Caribenhas na Literatura. A atividade ocorreu de forma presencial, com mediação da professora Ana Lúcia Santos. A roda de conversa contou com leitura coletiva e debate de um momento cultural. Além disso, ao longo de todo o mês, através das redes sociais do NEABI Guanambi, foram publicadas homenagens com perfis de diferentes mulheres negras, a exemplo da professora Nilma Lino Gomes, da cantora Elza Soares e da jornalista Rita Batista.
O Núcleo local também integrou o projeto “Pérola Negra”, idealizado pelo grêmio estudantil, que visou valorizar a beleza negra do campus, por meio de postagens nas mídias, com fotografia e frase de autoria da participante, apresentando o que é ser negra.
Itaberaba
O campus Itaberaba promoveu ações por meio das redes sociais. Além de divulgar a origem do Julho das Pretas, através de seu perfil no Instagram, também deu visibilidade a mulheres negras baianas, como a professora doutora Bárbara Carine Soares Pinheiro; a cantora e atual Ministra da Cultura, Margareth Menezes; a política e professora universitária Célia Sacramento.
Uruçuca
No campus Uruçuca, no dia 31 de julho, ocorreu um Roda de Leitura do livro “Salvação: pessoas negras e o amor”, da feminista negra estadunidense, bell hooks, muito conhecida por suas publicações e escrita antirracista. A atividade, desenvolvida em parceria com o GENI, ocorreu presencialmente na biblioteca do campus Uruçuca, contando com a presença da professora Joana Nery, que compartilhou suas reflexões sobre a presença do amor na vida de pessoas negras, especialmente das mulheres negras.
Valença
Em parceria com o GENI, o campus Valença desenvolveu rodas de conversa e oficinas. Nos dias 30 e 31 de julho, durante o bate-papo, o campus dialogou sobre os temas: “Nós, mulheres Negras” e “Ecologia Feminista”. A programação se estende até o mês de agosto, quando acontece a oficina de jogos “Raça e Gênero” e a oficina “Saúde da Mulher”. Além disso, no mês de julho e agosto, é ministrada a disciplina “Gênero e Afrodescendência”, componente curricular da Especialização em Relações Étnico-raciais e Cultura Afro-brasileira na Educação (REAFRO), pela professora Scyla Pimenta.
Xique-Xique
Para dar visibilidade à temática, o campus Xique-Xique usou as ferramentas das redes sociais, realizando parcerias com o GENI e o Grêmio Estudantil Flor de Xique-Xique. Foram postadas no Instagram e divulgadas em grupos de mensagens de servidores e discentes, informações sobre a importância da data Internacional e Nacional da Mulher Negra. Aproveitando o clima de olimpíada, também deram destaque a atletas inspiradoras negras, como Melânia Luz do atletismo, a judoca Rafaela Silva, a jogadora de futebol Marta da Silva, a ginasta Rebeca Andrade, a jogadora de basquete Janeth Arcain e a ginasta Daiane dos Santos.
Ainda recorrendo às redes sociais, foram divulgados filmes para maratonar com histórias poderosas, protagonizadas e dirigidas por mulheres negras. Por fim, no dia 27 de julho, ocorreu o IF-Cine Debate com a exibição do filme “Pantera Negra 2: Wakanda Para Sempre”, que foi seguido por uma dinâmica de debate, utilizando o audiovisual no processo socioeducativo dos estudantes em uma reflexão imersiva sobre mulheres negras na ciência.
Além de todas essas ações dos núcleo locais, em parceria com a Coordenação de Ações Afirmativas, Equidade e Diversidade (CPAAED/PROEN), os NEABIs participaram da produção de um vídeo em homenagem à data, evidenciando a experiência de servidoras negras que nas suas atividades de ensino, pesquisa e extensão promovem a cidadania plena e o enfrentamento ao racismo. O vídeo foi divulgado pelo e-mail institucional e circulou pelas redes sociais.
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