A criação racional de abelhas sem ferrão – prática denominada de meliponicultura – e os seus benefícios socioambientais foram destaques no I Encontro Uruçu na Cabruca, que reuniu mais de 200 meliponicultores(as), estudantes e pesquisadores(as) da área. O evento aconteceu no Dia Nacional da Abelha, na terça-feira (03), no IF Baiano – Campus Uruçuca, município que leva o nome em homenagem à espécie nativa da região, a Uruçu Amarela (Melipona mondury).
O encontro foi realizado pela Tabôa Fortalecimento Comunitário, IF Baiano – Campus Uruçuca, Ministério Público do Estado da Bahia e Sebrae, com apoio do Instituto humanize, e integra as ações do projeto Uruçu na Cabruca. “A estratégia do projeto visa ampliar o número de colônias na natureza e aliar os benefícios ambientais à produção de mel, contribuindo para o aumento de renda das famílias envolvidas”, explica Gabriel Chaves, gerente do Programa de Desenvolvimento Rural da Tabôa. “Ao reunir no mesmo lugar diferentes públicos, o evento buscou chamar atenção para a meliponicultura e mostrar que tem agricultores familiares produzindo mel e que também há pesquisadores e estudantes se dedicando a essa prática, que é tão promissora em nossa região”, destaca.
Julianna Torres, responsável pelo setor de meliponicultura do IF Baiano e uma das coordenadoras do projeto, ressalta a importância do encontro como espaço de troca de saberes entre o(a) agricultor(a) e a academia. “Foi muito gratificante ver os olhos brilhando dos agricultores, especialmente aqueles que começaram há um tempo e que já geraram frutos a partir do aprendizado, com impactos positivos em suas comunidades”. Os benefícios sociais e ambientais da meliponicultura também foram destacados por Claudiana Figueiredo, coordenadora regional do Sebrae. “Apoiar a meliponicultura é uma forma de melhorar a qualidade de vida das comunidades envolvidas”, ressalta.
A programação do Encontro contou com painel temático, que destacou a importância dos serviços ecossistêmicos prestados pelas abelhas, como a polinização de plantas de diferentes gêneros e espécies, para proteção da biodiversidade e promoção da segurança alimentar das populações. Além disso, foram realizadas cinco oficinas em temas como construção de caixas de abelhas; avaliação e seleção de genótipos das colônias para produção de mel; manejo de multiplicação e transferência de colônias; produtos de abelhas e pratos à base de mel. “O evento trouxe conteúdos didáticos facilmente compreensíveis para diversos públicos, seja para quem começou agora ou para quem já está na prática há um tempo”, comenta a consultora do projeto, Nádia Oliveira, que atua no campo realizando o acompanhamento técnico de agricultores(as) atendidos(as) pelo Uruçu na Cabruca.
Sobre o projeto | O projeto Uruçu na Cabruca fomenta a prática da meliponicultura no contexto da agricultura familiar no Sul da Bahia, região historicamente conhecida pelo cultivo de cacau no sistema cabruca, como estratégia na proteção da agrobiodiversidade, na preservação da abelha nativa Melipona mondury e no fortalecimento de comunidades rurais. Desde 2019, 120 famílias já foram alcançadas em cinco municípios baianos – Camamu, Ibirapitanga, Ilhéus, Itacaré e Uruçuca. A iniciativa é realizada em parceria pela Tabôa Fortalecimento Comunitário e pelo IF Baiano – Campus Uruçuca. E conta com os apoios do Ministério Público do Estado da Bahia, que também participou de sua concepção, e do Instituto humanize.
Fotos: Tabôa | Florisval Neto.
Fonte: Tabôa Fortalecimento Comunitário
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