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Estudante do IF Baiano recebe medalha Zumbi dos Palmares por atuação pela igualdade racial
Atualizado em 2 de dezembro de 2022 às 15h28 | Publicado em 2 de dezembro de 2022 às 15h28

Com trajetória político-acadêmica em grupos de estudo, pesquisa, comissões e órgãos colegiados do IF Baiano, estudante recebe homenagem pela Câmara Municipal de sua cidade, Alagoinhas

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“Jovem negro, secundarista, nordestino e apaixonado por esportes, cultura, política e pelo Brasil! Um pequeno sonhador de outrora na luta pelo fim dessa realidade desigual. Apenas um, mas nunca só e com o compromisso de emanar a voz da resistência!”.

Essas foram as palavras usadas pela vereadora Luma Menezes para descrever o aluno do curso técnico integrado em Química, do Campus Catu, Emerson de Santana Oliveira na Sessão Solene Zumbi dos Palmares, que aconteceu no dia 29 de novembro na Câmara Municipal de Alagoinhas. Cidadão alagoinhense, Emerson recebeu a Medalha Zumbi dos Palmares, que homenageia cidadãs e cidadãos alagoinhenses que se destacam na promoção do desenvolvimento social, político e econômico com ações relevantes à comunidade na promoção da igualdade racial e na luta por uma sociedade antirracista. A Sessão Solene foi implantada pelo mandato da vereadora Juci Cardoso, em celebração ao Dia da Consciência Negra, pela Resolução de nº 277/09 da Casa Legislativa.

Emerson de Santana recebe medalha e certificado da vereadora Luma Menezes

A medalha é o reconhecimento pela atuação política e acadêmica do jovem na luta por igualdade racial. Emerson participa ativamente do movimento estudantil no IF Baiano, ocupando, atualmente, cargo de Conselheiro no Conselho Superior da instituição, o CONSUP. Ele também teve passagem por diversos núcleos e comissões no Campus Catu, incluindo o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), onde, junto às professoras Evanildes Costa e  Joanna Carvalho, desenvolveu um Projeto de Pesquisa e artigos sobre a representatividade de Gênero e Raça em espaços científicos e acadêmicos, com foco nas ciências exatas, na perspectiva da decoloniedade dos saberes.

“Para mim, levantar a bandeira do movimento negro é me reconectar com a minha ancestralidade. É lutar por uma sociedade menos desigual. É frustrante ver o quanto o Brasil ainda reflete as mesmas relações escravocratas de séculos atrás e ver líderes de Estado naturalizando o racismo”, explica o aluno.



Trajetória

Sua trajetória política e acadêmica na luta antirracista começou em 2019, ao ingressar no IF Baiano, e participar de ações do Neabi: uma roda de conversa e o concurso Belezas Negras do IF Catu, no qual foi um dos finalistas. “Depois disso, uma amiga minha, a Maria Geise, me incentivou a entrar no Neabi, porque eu ainda era muito tímido.Quando entrei, comecei a participar das formações do Núcleo e me inteirar sobre o movimento negro. Posteriormente, entrei para o coletivo Afronte (Movimento de Juventude Anti-capitalista, que defende o fim das opressões de raça, gênero, classe e diversidade)”, explica Emerson.

Pesquisa Gênero e Raça nas Ciências Exatas

Em seus estudos, na pesquisa Gênero e Raça nas Ciências Exatas – o imaginário de discentes ingressantes do Ensino Médio do município de Catu, Emerson tem buscado investigar como as ideologias de classes dominantes, reprodutoras da exclusão racial e de gênero nas sociedades, permeiam o imaginário de estudantes ingressantes em escolas de Ensino Médio a respeito de mulheres e de negros no campo das ciências exatas. O projeto também possui como proposta a promoção de debates entre os estudantes das escolas envolvidas no universo da pesquisa, como meio para fomentar a discussão e buscar caminhos de possíveis mudanças e superações da estrutura de preconceitos de raça e gênero alicerçada em solo brasileiro.

Sonho

“Lutar no movimento negro é dizer um basta para essa rede de opressões. Sei que a luta é árdua, mas desistir não é uma opção. Levo comigo uma frase de Chimamanda: ‘As histórias importam. Muitas histórias importam. As histórias foram usadas para espoliar e caluniar, mas também podem ser usadas para empoderar e humanizar’. Quero que minha história sirva de inspiração para tantos outros”. Com a medalha, Emerson sente que está começando a realizar esse sonho.

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