A defesa da ciência e a importância da educação como um ato de resistência foram temas comuns às falas da solenidade de abertura do I Congresso do IF Baiano – Ensino e Pesquisa, realizada na manhã desta terça-feira, 15, em formato virtual, em cumprimento às atuais recomendações sanitárias. A cerimônia obteve mais de 4 mil acessos na transmissão, realizada via plataforma RNP.
Compuseram a mesa da solenidade, o reitor substituto do IF Baiano, Marcelito Trindade, a Secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro, a pró-reitora de Pesquisa, Luciana Mazzutti, o pró-reitor de Ensino, Ariomar Rodrigues, e o diretor geral do Campus Serrinha, Leandro Damasceno, representando os diretores gerais dos 14 campi do IF Baiano. A mestre de cerimônias, Isis Vanessa Halim, apresentou a solenidade, com apoio do intérprete de Libras, Joatã Mota.
União de saberes e forças
Em sua primeira edição, o Congresso do IF Baiano vai até o dia 18, sexta-feira, agregando atividades de cinco eventos simultâneos: o I Seminário Institucional de Pós-Graduação – SIP; o I Seminário de Residência Pedagógica – PRP; a VII Mostra de Iniciação Científica – MIC 2020; o VII Seminário do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID e o I Seminário Interterritorial de Sanidade Animal.
Para o pró-reitor de Ensino, Ariomar Rodrigues, realizar um evento com um desafio desse porte, no formato 100% virtual, serve de exemplo da força transformadora da educação. “É um trabalho que se pauta na integração entre todos os segmentos do IF Baiano. Que ao final possamos sair mais fortalecidos do que quando chegamos aqui”.
Defesa da ciência em tempo de pandemia
“O que seria da sociedade sem a pesquisa, a ciência e a educação?”, provocou o diretor geral do Campus Serrinha, Leandro Damasceno, em seu discurso. O gestor ressaltou a importância do evento que celebra práticas de ensino e pesquisa num período de pandemia em que a ciência e os cientistas não têm sido levados a sério. Parabenizou ainda as pró-reitorias (de Ensino e Pesquisa, responsáveis pela organização do Congresso) pela atitude de “fomentar, incentivar e solidificar a pesquisa e o ensino no âmbito do IF Baiano”.
A defesa da ciência também esteve na pauta do discurso da pró-reitora de Pesquisa, Luciana Mazzutti, iniciado com o alerta de que a pandemia ainda não acabou. “É fundamental que a gente continue se cuidando. Que a gente continue acreditando na ciência”, afirmou, se solidarizando com as vítimas da Covid-19. Ela também destacou os desafios e conquistas da educação e de se fazer ciência em um país que tenta desacreditar essas áreas. “Não vamos abrir mão de desenvolver uma educação pública, de qualidade e inclusiva. Cada dia é um dia de resistência. Tanto resistimos, que estamos aqui realizando o Congresso”, frisou a pró-reitora.
A responsável pela Setec-BA, Adélia Pinheiro, ao lembrar a intensidade com que a pandemia tem atingido a sociedade, ressaltou o papel da academia e da pesquisa. “Certamente, o contexto que vivemos, um momento de negacionismo, é também uma forma de reconhecer que esses campos constroem o futuro e trazem soluções para a nossa situação de pandemia”, ressaltou. “Falar nesse congresso, que assume como tema os desafios e conquistas da educação, é reconhecer que a educação se faz plural em suas formas diversas de resistência.”
A educação não para
O I Congresso do IF Baiano – Ensino e Pesquisa se mostra como um ato de resistência para marcar que, com muito esforço e colaboração de todos, as atividades da instituição não pararam.
Em seu discurso, o reitor substituto, Marcelito Trindade, lembrou dos desafios inéditos vividos em 2020, que fizeram com que a comunidade acadêmica da instituição tivesse que se adequar a diversas situações, parabenizando os esforços de todos. “Vamos aprender muito uns com os outros”, afirmou, declarando abertas as atividades do Congresso.
Conferência de abertura
Seguida da solenidade, foi iniciada a conferência de abertura, ministrada pelo pesquisador do Instituto do Cérebro da UFRN, Eduardo Bouth Sequerra, com o tema “Como um aluno de escola técnica virou um cientista estudando zika e microcefalias?.
Ex-aluno da Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica, Eduardo Bouth Sequerra iniciou sua trajetória como cientista na Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro (hoje IFRJ – Instituto Federal do Rio de Janeiro), ao estudar no Curso Técnico em Biotecnologia, e onde, segundo ele, começou a desenvolver suas habilidades como pesquisador.
Hoje doutor em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, pós-doutor pela University of California Davis e atual professor do Instituto do Cérebro (UFRN), Sequerra é especialista em biologia do desenvolvimento com ênfase no desenvolvimento neural.
“Quando você começa a estudar uma área, você não imagina que isso vai virar uma emergência sanitária e que você será o especialista daquela área”, conta o pesquisador, que, durante a palestra, narrou sua trajetória científica e como passou a desenvolver sua pesquisa atual, que investiga as consequências da zika e microcefalia no desenvolvimento neural.
Após a palestra, houve momento de debate com o pesquisador, com a mediação dos docentes do IF Baiano, Gustavo Sabry e Leandro Teixeira, e a egressa do Campus Valença, Hillary Santos.
I Congresso do IF Baiano – Ensino e Pesquisa
O Congresso do IF Baiano vai até sexta-feira, 18, promovendo diversas atividades, como conferências, seminários, mesas de discussão, apresentação de trabalhos, premiações e intervenções artísticas. Para acessar as salas de transmissão do Congresso, os participantes devem consultar a programação no site do evento e clicar na atividade desejada.
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