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Congresso do IF Baiano chega ao fim, após discutir pautas que atravessam os principais eixos da instituição
Atualizado em 1 de fevereiro de 2023 às 09h04 | Publicado em 26 de novembro de 2021 às 21h34

Cerimônia de encerramento foi marcada por premiação que reconheceu 39 projetos das categorias extensão, pós-graduação, inovação e iniciação científica.

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Em quatro dias de evento, o II Congresso do IF Baiano realizou importantes discussões nos eixos do Ensino, Pesquisa, Extensão e Desenvolvimento Institucional. Congregando quatro eventos e com mais de 30 atividades, a programação atendeu à diversidade que compõe o IF Baiano em seus 14 campi com estudantes de ensino médio/técnico, graduação e pós-graduação. O evento chegou ao fim hoje, 26, contando com cerimônia de encerramento e premiação de trabalhos.

Desde terça-feira, 23, foram realizadas palestras, mesas de discussões, lançamentos, apresentações de trabalhos e apresentações culturais que mostraram ao público um pouco dos projetos, programas e produtos desenvolvidos pela instituição no compromisso com sua missão institucional.

Logo no primeiro dia de evento, a conferência de abertura trouxe a diversidade para pauta da Ciência e Tecnologia com a docente da Universidade Federal de Goiás (UFG), Anna Benite, questionando o modelo binário e monocromático que prevalece hoje na cultura científica e apontando caminhos de mudança para este cenário excludente. Nos dias seguintes, mais de 200 trabalhos foram apresentados no III Seminário de Extensão, Inovação e Cultura, na VIII Mostra de Iniciação Científica e no II Seminário Institucional de Pós-Graduação.

Pesquisa e Inovação

No eixo da Pesquisa e Inovação, a programação discutiu desde os impactos da pesquisa e da produção do conhecimento na formação profissional, macroprojetos e narrativas da pesquisa, ética na pesquisa até como reconhecer e fugir de revistas predatórias. Esta última discussão, orientada pela docente da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Leoneide Érica Maduro Bouillet, que questionou a confiabilidade de algumas revistas ditas científicas e alertou, principalmente, os pesquisadores em início de carreira a fugir dessas revistas tanto para publicar, quanto para usar como fonte de dados. Ela deu dicas para pesquisa em fontes de dados confiáveis e para reconhecer uma revista predatória e evitá-las.

Essas revistas geralmente não apresentam revisão entre pares e não usam rigorosos critérios metodológicos para aprovação de artigos científicos. Muitas vezes, com uma falsa aparência de publicação séria, essas revistas ajudam a espalhar informações falsas. A professora Leoneide, em sua palestra, mostrou alguns artigos esdrúxulos que utilizavam informações fictícias e foram aceitos e publicados em revistas.  Segundo a docente, na busca desenfreada por publicações, pesquisadores em início de carreira acabam sendo fisgados por essas revistas. Ela questionou ao público: “o que é mais importante quantidade ou qualidade das publicações? Será que o nosso sistema não cobra demais dos nossos acadêmicos?”. E concluiu: “Devemos publicar sim, mas com critério!”.

A docente Leoneide Bouillet deu dicas de como fugir de revistas predatórias

Extensão

O eixo Extensão apresentou os resultados dos projetos e ações de enfrentamento à Covid-19, além das soluções do Programa IF Mais Empreendedor que prestou consultoria a 49 empreendedores do estado da Bahia para alavancar seus negócios afetados pela pandemia; ocorreu também o lançamento da Edição Especial da Revista Trilhas – Centenário de Paulo Freire e a apresentação de 57 projetos de extensão no III Seminário de Extensão, Inovação e Cultura. As mesas de discussões no eixo Extensão abordaram temas como curricularização da extensão e tecnologias sociais e incubadoras.

A mesaExtensão, Incubação e tecnologias sociais no campo da economia solidária” reuniu, no último dia de evento, docentes de diferentes instituições, que compartilharam conceitos, experiências e articulações para pensar soluções para o desenvolvimento comunitário através de  iniciativas de incubação por parte das universidades e institutos federais que assistam produtores, negócios e cooperativas através de tecnologias sociais e da economia solidária. Os docentes Nilton Vasconcelos e Tatiana Araújo Reis mediaram a mesa que contou com a participação do docente Samir Perez Mortada do Instituto Federal da Bahia (IFBA); da docente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Luciana Silva Santos; de Diogo Ferreira de Almeida Rêgo, docente do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN); e do Alex Cipriano do Instituto Federal da Bahia (IFBA).

Segundo a pró-reitora de Pesquisa, Luciana Mazzutti, que acompanhou as discussões, não é possível pensar as grandes problemáticas sociais, como a fome e a desigualdade, sem inserir as tecnologias sociais na discussão de respostas que resolvam ou minimizem esses contextos, passando também pela economia solidária e incubadoras. Os docentes apresentaram projetos que têm esse compromisso; são eles: IFSol – Incubadora Tecnológica para o Fortalecimento dos Empreendimentos Econômicos Solidários do IFRN; TEIAS – Tecnologia, Economia e InterAções Solidárias; e o convênio direcionado para incubação e tecnologias sociais firmado entre IFBA, IF Baiano e Uneb.

Além de mostrar como cada instituição tem atuado para estimular a difusão de projetos de extensão popular tecnológica junto às comunidades, contribuindo para o fortalecimento dos arranjos sociais, produtivos e culturais, o encontro aproximou os envolvidos (palestrantes e público) que reafirmaram a importância de trabalhar em rede. Parafraseando a frase de Gandhi que diz “Não existe caminho para a paz, a paz é o caminho”, o professor Diogo falou: “Não existe caminho para fazer rede, fazer rede é o caminho”. Para Luciana Santos, inspirada em Paulo Freire, essas discussões desenham o inédito viável para transformar os sonhos em realidade.

Participantes da mesa Extensão, Incubação e tecnologias sociais no campo da economia solidária

Premiação e encerramento 

Na tarde de sexta-feira, 26, os melhores trabalhos apresentados no III Seminário de Extensão, Inovação (SEIC) e Cultura, no II Seminário Institucional de Pós-Graduação (SIP) e na VIII Mostra de Iniciação Científica (MIC) foram premiados durante a cerimônia de encerramento do congresso, que foi apresentada pela diretora de Comunicação do IF Baiano, Cristina Mascarenhas, e teve início com a apresentação de um vídeo do coral de estudantes do Campus Valença.

Durante os quatro dias de congresso, 57 trabalhos foram apresentados no III SEIC, evento que busca estimular a participação de estudantes em ações extensionistas ampliando seu olhar para as demandas da sociedade, inter-relacionando o saber acadêmico e o saber popular para a solução das demandas. O evento premiou 16 trabalhos de estudantes do IF Baiano, provenientes de ações de extensão ligadas aos programas Pibiex 2019 e Pibiex 2020, nas modalidades Júnior e Superior, e ao edital de fluxo contínuo em Extensão. 

Os vencedores de cada categoria foram anunciados pelo coordenador de qualificação profissional, Luís Gomes e pelo pró-reitor de Extensão, Rafael Trocoli, que ressaltou a importância de valorizar a ação dos extensionistas, bolsistas e voluntários. “Para além do desafio que é trabalhar com ações extensionistas, envolvendo comunidades externas e demandas, sobretudo, de comunidades menos assistidas, valorizando e considerando a ancestralidade e a condição de território de identidade onde as nossas unidades estão sediadas, é notório que esse desafio foi multiplicado nesse período de pandemia”, reconheceu Trocoli. 

Em relação aos projetos de pesquisa, 167 projetos foram contemplados nas chamadas internas de 2020 da Pró-reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação (Propes), sendo apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelas direções gerais dos campi do IF Baiano. Durante o congresso, estes projetos foram apresentados no II Seminário Institucional de Pós-Graduação e VIII Mostra de Iniciação Científica. 

Na categoria Iniciação Científica, 13 prêmios foram concedidos a trabalhos das modalidades Ações Afirmativas, Graduação e Ensino Médio. Os vencedores foram anunciados no evento pelo Coordenador Geral de Iniciação Científica do IF Baiano, Lucas Emerique, que revelou que o nível dos projetos rendeu uma disputa acirrada.  “A diferença de notas entre o primeiro colocado e o décimo é muito pequena. Os avaliadores que participaram teceram elogios aos trabalhos e foi muito bom pra gente ter esse momento de contemplar os projetos que são feitos na nossa instituição. Inclusive, para muitos que participaram, o depoimento foi de que esse é um momento de ânimo, de respiro para que a gente tenha mais motivação e energia para continuar”, comentou.  

Também foram premiados trabalhos da categoria Inovação, dividida entre as modalidades PIBITI (Programa Institucional De Bolsas De Iniciação Em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação) –  nível de graduação, PIBIC/TIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio com Ênfase nas Tecnologias de Informação e Comunicação) e Iniciação Tecnológica com Foco em Economia 4.0 – ação do MEC em 2020 para a rede dos institutos federais. Ao total, foram 7 prêmios concedidos.

Os resultados foram anunciados pelo representante do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), Rodrigo Augusto de Figueiredo. “Queria ressaltar a importância da pesquisa para o fortalecimento da luta pelo desenvolvimento do nosso sistema educacional. E, além dos excelentes trabalhos que foram contemplados, a gente teve tantos outros que demonstraram que é possível fazer pesquisa de qualidade mesmo com todos os obstáculos que foram impostos à nós nesses últimos anos”, declarou. 

Ao fim, foram anunciados os vencedores da categoria pós-graduação. As comissões de avaliação premiaram 3 trabalhos das modalidades Ensino de Ciências Naturais e Matemática, Saúde e Multidisciplinar. A pró-reitora de Pesquisa, Luciana Mazzutti, revelou os vencedores e proferiu uma mensagem de despedida do evento. “Penso que o Congresso do IF Baiano, nesta segunda edição, ilustrou muito bem a proposta transversal de educação. Ao pensarmos desse modo sobre a transversalidade da ciência, da educação e da tecnologia, especialmente no contexto da cultura digital, estamos falando de um empenho conjunto de estabelecer redes de diálogo, que resultam em muito aprendizado, projetos e compreensão das necessidades sociais no intuito de resolvê-las”, pontuou Mazzutti.  

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