João Victor Oliveira da Silva concilia dois cursos ao mesmo tempo: um técnico em Agrimensura no IF Baiano – Campus Uruçuca (instituição pública) e outro de graduação em Direito na Faculdade Anhanguera (instituição privada), em Itabuna. Manter-se nos dois cursos não é fácil, mas os desafios são mais de ordem financeira do que de gestão de tempo.
Diante de sua experiência pessoal com as dificuldades para se manter no curso de graduação, mesmo sendo bolsista integral pelo Programa Universidade Para Todos (ProUni), João Victor decidiu pesquisar o assunto e verificar se seus colegas de faculdade enfrentavam desafios semelhantes. O estudo foi tão relevante que conquistou o 1º lugar na área de educação na Mostra Estudantil de Ciência, Tecnologia e Inovação da 14ª Bienal da UNE (União Nacional dos Estudantes).
A pesquisa investiga a contribuição do ProUni para o acesso e a permanência de alunos de baixa renda no curso de Direito da Faculdade Anhanguera, em Itabuna-BA, no ano de 2024. O estudo analisa fatores que influenciam a trajetória acadêmica desses estudantes, identifica desafios enfrentados e avalia o impacto do programa na inclusão educacional e social. João Victor desenvolveu o trabalho com sua colega Esthefany Barbosa Cardoso, técnica em Informática pelo Campus Uruçuca, sob orientação da professora Adriana Borges, da Faculdade de Direito.
De acordo com os dados levantados, 81,3% dos bolsistas entrevistados afirmaram que suas maiores dificuldades na graduação são financeiras. Ainda assim, 93,8% reconhecem o ProUni como uma grande oportunidade. No entanto, João Victor destaca que, apesar de ser um programa essencial para o acesso ao ensino superior, o ProUni não garante a permanência dos estudantes na faculdade, exigindo medidas complementares para assegurar o êxito acadêmico desses alunos.
“O ProUni me deu o acesso, mas não garante que eu vá ter êxito, por justamente ser de baixa renda. Existem impasses financeiros que dificultam a permanência, como alimentação, os materiais que são caros, o translado até a faculdade e essa série de coisas impactam negativamente [no nosso desempenho], mas, o ProUni me deu uma oportunidade de cursar o curso que eu sempre quis”, conta João Victor.
A pesquisa não se limita a um diagnóstico da realidade dos entrevistados, mas também propõe soluções para reduzir as dificuldades enfrentadas pelos bolsistas: “Criamos um protótipo de um Centro de Apoio ao Aluno Bolsista (CAEB) que é uma plataforma que dará suporte ao aluno bolsista, com acervo bibliotecário, inteligência artificial, chat interativo com a comunidade acadêmica, e, um chat direcional ao atendimento direito ao aluno bolsista”.
No IF Baiano, João Victor também realiza pesquisas na área de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. Durante o desenvolvimento do trabalho premiado, ele encontrou no acervo da instituição materiais que complementaram suas referências. Mesmo com todas as dificuldades, o estudante segue engajado nas duas instituições, e suas inquietações acadêmicas resultaram no reconhecimento de sua pesquisa na Bienal da UNE.
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