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Abertura do II Congresso do IF Baiano move debate pela diversidade na ciência
Atualizado em 1 de fevereiro de 2023 às 09h04 | Publicado em 24 de novembro de 2021 às 09h56

Mesa virtual e conferência de abertura pautaram relevância da ciência durante a pandemia e diversidade na construção do saber

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Refletir sobre as atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e Internacionalização durante o período de pandemia é a proposta que norteia a segunda edição do Congresso do IF Baiano, evento iniciado nesta terça-feira, 23. Mas, para além dos desafios da crise sanitária, a abertura oficial tocou em outros assuntos fundamentais e atuais, à exemplo do debate sobre diversidade e inclusão na construção do conhecimento científico.

Com os representantes dos eixos de base do IF Baiano e da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, a abertura deu o tom do que esperar da rica programação que vai até a sexta-feira, 26. “São mais de 30 atividades durante esses quatro dias e a nossa proposta é que possamos cada vez mais ter participação na construção da programação. Buscamos realizar um evento que possa contemplar a pluralidade que nos compõe, onde não há espaço para racismo, machismo, capacitismo, LGBTfobia, gordofobia e que tem a democracia como um dos principais pilares. Buscamos um fazer científico inclusivo”, ressaltou a pró-reitora de Pesquisa do IF Baiano e presidente da comissão organizadora do evento, Luciana Mazzutti. 

Também na mesa virtual, a pró-reitora de Desenvolvimento Institucional do IF Baiano, Hildonice Batista, destacou o fato de o congresso estar sendo realizado no mês da Consciência Negra, lembrando que a ciência deve ser construída e “desconstruída” a muitas mãos, pelos diversos povos que compõem a população brasileira. “Não existe sociedade sem produção de ciência, tecnologia e inovação, sem construção de um educar que transforma pessoas. Nosso trabalho em conjunto têm insistido que educar é um dos melhores caminhos para que a sociedade se transforme”, pontuou. 

Nesse caminho, o diretor geral do Campus Valença, Geovane Guimarães, que representou os dirigentes dos campi do IF Baiano, lembrou do papel desempenhado pelos institutos federais em formar jovens cientistas, frisando que o investimento em laboratórios, infraestrutura e em bolsas de pesquisa e extensão deve ser constante. “Quando [nossos alunos] chegam às universidades e cursos superiores já têm todo um cabedal de conhecimento e acesso à ciência e tecnologia que foi gerada desde o ensino médio. Então, para nós, é muito bom contribuir com essa formação, com essa inclusão, especialmente num momento de tanto negacionismo em que vivemos”, afirmou. 

A relevância da ciência para a sociedade foi mais de uma vez realçada durante a abertura. Citando nomes de cientistas como Darwin, Mendel, Rosalind Franklin e suas descobertas, o pró-reitor de Extensão do IF Baiano, Rafael Trocoli, enfatizou a forma como o conhecimento científico é construído, a partir da contribuição de vários indivíduos. “A ciência tem esse poder construtivo de sempre impressionar o mundo. Todos esses relatos têm algo em comum porque surgiram de uma ideia”. 

As palavras da secretária estadual de ciência e tecnologia, Adélia Maria Pinheiro, foram ao encontro do tema sugerido pelos organizadores do Congresso. “Nós vivemos uma emergência sanitária que alterou e altera a nossa forma de viver e se relacionar com os demais, que nos afastou de forma física, mas nos aproximou de forma virtual”, ressaltou a secretária que também mencionou o Novembro Negro e se uniu ao discurso de enfrentamento ao racismo e de qualquer forma de preconceito nos espaços que constroem ciência, cultura e inovação. 

A cerimônia contou ainda com a fala do pró-reitor de Ensino, Ariomar Rodrigues, que lembrou da importância de associar as atividades de ensino às de pesquisa e extensão durante a formação dos estudantes. “Que possamos sair desse congresso com níveis de conhecimento e formação que nos permitam crescer”, aspirou. 

As atividades do 2º Congresso do IF Baiano foram oficialmente abertas pelo reitor substituto, Marcelito Trindade, que deu as boas-vindas ao público. Toda a transmissão contou com tradução simultânea de Libras, realizada pelos intérpretes Vanessa Andrade e Lucas Alves.

Diversidade É inovação

Diversidade é inovação na Ciência e Tecnologia. A afirmação é da professora do departamento de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG), Anna Benite, que  ministrou a conferência de abertura do congresso. Durante sua palestra, questionou o modelo binário e monocromático que prevalece hoje na cultura científica e apontou caminhos de mudança para este cenário excludente. 

Anna Benite é Doutora e Mestre em Ciências e Licenciada em Química (UFRJ/ 2005). Professora Associada da Universidade Federal de Goiás, onde coordena o Laboratório de Pesquisas em Educação Química e Inclusão (LPEQI). Também instituiu, em 2009, o Coletivo CIATA – Grupo de Estudos sobre a Descolonização do Currículo de Ciências, cujas ações desenvolvidas renderam diversos prêmios, dentre eles o Prêmio SBPC/GO de Popularização da Ciência. É também a atual Editora Chefe da Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros.

Palestra trouxe relatos de injustiças na história da ciência, como a apropriação de ideias originadas de populações negras.

“O fato é que a inclusão da diversidade na ciência, tecnologia, artes e matemática representa inovação, representa trazer um modelo mais robusto e que dê respostas mais efetivas aos problemas sociais”, afirmou. “Essa é uma discussão que está baseando um movimento revisional da ciência mundial nesse exato momento. Trazer a pauta da diversidade, trazer outras capacidades inteligentes para o modelo científico significa conferir a esse modelo sensibilidade para tratar as diferenças e desigualdades, significa agregar a esse modelo capacidade de respostas mais ampliadas, significa agregar um quê de transformação, sobretudo tentando reverter estereótipos e padrões discriminatórios nas práticas e produções educativas”, completou a pesquisadora da UFG durante a palestra mediada pela pró-reitora de Desenvolvimento Institucional, Hildonice Batista.

À tarde, o congresso seguiu com mesas concomitantes, ligadas às pró-reitorias de Ensino, Pesquisa e Extensão e, em seguida, com apresentações de trabalhos da Mostra de Iniciação Científica (MIC 2021), do Seminário Institucional da Pós-Graduação (II SIP) e do Seminário de Extensão, Inovação e Cultura (III SEIC). 

Popularização da ciência

A mesa “Popularização da ciência: caminhos a seguir” reuniu, sob a mediação da diretora de comunicação do IF Baiano, Cristina Mascarenhas, a coordenadora do Departamento de Jornalismo do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Bárbara Souza e os integrantes da equipe do programa Univerciência: a jornalista da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Cristiane Santana; o jornalista da Uesb, Fabrício Gama; o assessor especial da Direção Geral da TVE Bahia e Educadora FM da Bahia, Felipe Peres Calheiros; e o diretor geral do Sistema Uesb de Rádio e Televisão Educativas, Rubens Sampaio. 

A mesa discutiu sobre a importância da popularização da ciência nestes tempos em que tantas informações falsas têm sido consumidas e têm influenciado pessoas em todo mundo. Bárbara Souza apresentou conceitos como divulgação científica, alfabetização científica e popularização da ciência, apontando caminhos a seguir. “O sonho da gente é que as pessoas vejam como a ciência, o fazer científico, o pensar científico e os resultados que essa ciência nos traz estão em toda parte em nossa vida cotidiana”, explica Bárbara.

A equipe do Univerciência apresentou o programa como um caminho para aproximar as pesquisas científicas produzidas nas Universidades da população. O projeto surge a partir do programa UniVERCiência, criado em 2020 pela TV UESB, e a partir da parceria com a TV Educativa da Bahia (TVE Bahia) e outras instituições, transformou-se em um programa de conteúdo regional envolvendo todos os estados do Nordeste, para distribuição em TVs públicas, educativas, culturais e universitárias, nacionais e internacionais, além de canais e instituições sem fins lucrativos na Internet.

Cuidado em saúde mental na pandemia

As psicólogas Catarina Prado Sakai e Tuíra Magalhães da Silva Teixeira, mediadas pela também psicóloga do IF Baiano, Patrícia Vaz Bárbara, bateram um papo sobre o Psicast, podcast criado pelo Coletivo de Psicólogas(os) do IF Baiano (ColetivoPsi If Baiano), e sobre o uso de redes sociais e tecnologias digitais como ferramentas de cuidado. Com uma primeira temporada de 8 episódios, o podcast foi criado durante a pandemia para discutir os temas de maior interesse e pontos de angústia dos estudantes e servidores do IF Baiano. 

Ansiedade, luto e psicofobia (preconceito em relação a pessoas que sofrem de transtornos mentais) foram alguns dos temas abordados no Psicast, que está disponível nos principais players de podcast e no canal do Youtube do Coletivo de Psicólogas(os). As psicólogas salientaram o quanto a pandemia e, consequentemente, o isolamento e o uso excessivo de telas afetaram a saúde mental de todos, mas pontuaram que as redes sociais e tecnologias digitais não são necessariamente vilãs da saúde mental. O Psicast é um exemplo de como as tecnologias podem ser usadas como ferramenta de cuidado. Para Catarina Sakai, o psicólogo escolar não está na instituição apenas para atendimentos individuais aos alunos. “Ele [o psicólogo(a)] está ali também para fazer ações de educação em saúde, de promoção de saúde mental e de prevenção de adoecimento”, relata a psicóloga, ao explicar que o Psicast é uma dessas iniciativas. 

Ações do IF Baiano de enfrentamento à Covid-19

A mesa “Relatos de enfrentamento à  Covid-19 e Novas Perspectivas” contou com a participação de professores extensionistas que tiveram projetos apoiados pelo edital  52/2020 para coordenar ações de enfrentamento à pandemia. Sob a mediação do pró-reitor de Extensão, Rafael Oliva Trocoli, Juracir  Silva Santos apresentou seu projeto Desenvolvimento e formulação de produtos sanitizantes para grupos de riscos e  agricultores familiares da cidade de Senhor do Bonfim, Bahia; Helyom Rogerio Reis Viana da Silva Teles falou sobre o projeto Memorial do Isolamento – Um  espaço para formação, crítica e documentação.Além deles, Roberta Santos falou sobre o projeto Promoção de medidas de prevenção pessoal da  Covid-19 em comunidades de Xique-Xique, BA; Aline dos Santos Lima e Angela Andrade Calhau relataram a trajetória do projeto Comida e  saúde em tempos de coronavírus; e Mario Lucio Gomes de Queiroz Pierre Junior apresentou os resultados do projeto que distribuiu protetores faciais 3D contra a Covid-19 no município de Senhor do Bonfim.

Para o pró-reitor de Extensão, através dessas ações, o IF Baiano de fato contemplou mais uma vez a missão institucional pelo fato de atender demandas comunitárias, sobretudo, as das comunidades menos assistidas. “Eu fico extremamente feliz nesta tarde e honrado de partilhar desse momento como expectador, aprendendo e tendo ideias com esses profissionais que se apresentaram”, afirma.

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