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Campus Bom Jesus da Lapa realiza ciclos formativos com professores e lideranças quilombolas
Atualizado em 11 de setembro de 2024 às 12h15 | Publicado em 11 de setembro de 2024 às 12h14
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Após a realização de ciclos formativos para a formação continuada de professores e lideranças na Comunidade Quilombola Pambú-Araçá, durante 6 meses, o projeto de extensão “Laboratório de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas: ciclos formativos e práticas interdisciplinares com Comunidades Tradicionais” encerrou as ações extensionistas com a comunidade no dia 17 de agosto, com a entrega dos certificados aos participantes dos encontros formativos e da Cartilha Técnica de Extensão “Território, memórias e ancestralidades Quilombolas”

A Comunidade Quilombola Pambú-Araçá fica localizada às margens do rio São Francisco na cidade de Serra do Ramalho, e o projeto exemplifica a contribuição do Instituto Federal Baiano campus Bom Jesus da Lapa na garantia do bem viver dos Povos e Comunidades Tradicionais do Território Velho Chico. De acordo com o coordenador do projeto, o professor Raphael Rodrigues, território, memória e ancestralidade são temas caros às comunidades, pois eles são a base para a construção da identidade de um grupo. “Isso porque as trajetórias e as histórias de vida das gerações ascendentes informam sobre modos de vida, formas de conceber e estar no território. O conhecimento sobre a história de um povo passa necessariamente pela memória social produzida a partir das gerações. Se não há memória, não há possibilidade de pertencimento e se não há compreensão sobre a ancestralidade, diminuem-se os futuros possíveis”, explica o docente. 

Raphael destaca que as comunidades possuem trajetórias históricas marcadas por diversos e sistemáticos processos de violação de direitos.  “Ao realizarmos o exercício com as comunidades quilombolas de trazer à tona algumas memórias – a maioria delas, subterrâneas, pois sofreram deliberadas tentativas de apagamento – apontamos para os caminhos de superação levados a cabo por seus ascendentes, assim como encorajamos as gerações descendentes a compreender que houve um longo caminho percorrido, marcado por dores, mas também por vitórias”, conta. 

Sobre sair dos muros da escola e atuar junto a comunidades, o professor afirma que mais que compartilhar informações técnicas valiosas, ao aproximar-se das comunidades quilombolas, o IF Baiano torna-se aliado na construção de futuros possíveis, colaborando para a efetivação dos direitos historicamente negados às comunidades quilombolas.

Para o professor, as pesquisas e conhecimentos produzidos nos IFs, a formação continuada de docentes e lideranças locais e a transferência de tecnologias sociais quando chegam às comunidades,  podem provocar mudanças significativas na qualidade de vida das pessoas. Mas Raphael destaca que o IF Baiano também aprende muito, pois tratam-se de territórios ancestrais marcados pela produção de um vasto conjunto de conhecimentos. “São conhecimentos relacionados às técnicas próprias de cultivo e manejo de alimentos, vinculados a uma racionalidade não produtivista e sim pautada pelo equilíbrio, o que geralmente conceituamos como sustentável. Esse vínculo profundo com o território também ensina sobre formas de organização social pautadas no forte senso de comunidade e organização coletiva. Também poderíamos citar aqui os conhecimentos relativos às plantas medicinais, à seleção e preservação de um patrimônio genético vinculado às sementes crioulas e às diversas manifestações culturais”. 

Além de Raphael, a  equipe técnica era composta por Amanda Jardim, antropóloga e colaboradora externa, e Camila Abdon, estudante de Engenharia Agronômica e bolsista do projeto. A Cartilha reúne de maneira didática uma síntese das temáticas desenvolvidas durante a execução do projeto, tais como: direitos territoriais quilombolas, memória, ancestralidades, princípios e práticas agroecológicas e associativistas. Ela poderá ser utilizada pelos professores da Escola Quilombola da comunidade. Mais que formar docentes e lideranças quilombolas, para a equipe, o IF Baiano teve a oportunidade de lidar com um verdadeiro laboratório de possibilidades científicas, que poderá contribuir com projetos nas áreas da educação, ciência e tecnologia que a instituição tem missão de desenvolver.

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