Semana de eventos com palestras, oficinas, minicursos, exposição de trabalhos e atendimentos à saúde da comunidade movimentam o campus
Na noite desta segunda-feira, 21, aconteceu a abertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do IF Baiano – Campus Santa Inês. A SNCT é uma iniciativa promovida há 19 anos pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações que visa mobilizar a população, principalmente crianças e jovens, com temas e atividades de ciência, cultura e arte, valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação. Em 2022, a SNCT traz o tema “O Bicentenário da Independência – 200 anos de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil”, trabalhado em várias instituições por todo o país.
Esta é a 6ª edição do evento no campus Santa Inês e trouxe como tema os progressos e retrocessos da Ciência e Tecnologia nestes 200 anos de independência. A diretora do campus, Genilda Lima, abriu o evento e, após seus agradecimentos, iniciou-se a mesa de abertura mediada pela professora Cleomar Job de Andrade, do IF Baiano – Campus Santa Inês, com os debatedores: Rafaella Elisa Santos Rolim Miranda Brito, professora EBTT do IF Baiano – Campus Alagoinhas; Fabrício Lyrio Santos, professor do Magistério Superior, Centro de Artes, Humanidades e Letras, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); e Marcos Lopes de Souza, professor do Magistério Superior da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
A mesa trouxe a reflexão sobre a relação entre minorias e grupos socialmente excluídos e o processo de produção do conhecimento científico. “Dentro da discussão sobre progressos e retrocessos nestes 200 anos, a ideia é pensar sobre Ciência, Tecnologia e Inovação: para quê e para quem? Pensamos justamente em trazer uma reflexão sobre progressos e retrocessos da produção de ciência e tecnologia no Brasil para as populações indígenas originárias do Brasil, para as populações negras, para as populações LGBTQIAP+”, explicou Cleomar.
Fabrício Lyrio Santos destacou que é preciso fortalecer o debate sobre o papel dos povos indígenas na construção do Brasil e abordou a necessidade de valorizar e fortalecer os saberes e conhecimentos indígenas entre os conhecimentos socialmente reconhecidos / validados. “Os indígenas fazem parte do presente e estarão presentes no futuro do Brasil: nas aldeias, sim, mas também nas cidades, nas escolas, nas universidades, na literatura, na luta ambientalista, na arte, no artesanato, no direito, na ONU e em Brasília”.
A professora Rafaella Elisa Brito pontuou a necessidade de que as instituições acadêmicas e científicas reforcem o sistema decolonial e promovam a valorização das minorias nas suas práticas de legitimação e validação da produção de conhecimento por pesquisadoras e pesquisadores. Já o docente Marcos Lopes de Souza trouxe a reflexão de que pensar sobre a ciência é pensar qual o lugar da ciência na sociedade. “Queremos uma ciência que transforme nossas vidas”, afirma o professor.
Minicursos e Oficinas
A programação prosseguiu, na manhã desta terça-feira, 22, com a realização de comunicações orais, oficinas de liculiteria, pintura decorativa em objetos de madeira e isopor, geleia artesanal de frutas, photoshop e desenvolvimento web, além do minicurso “gordofobia: uma conversa inicial”.
À tarde, aconteceu a apresentação de trabalhos e, na sequência, a premiação das apresentações que mais se destacaram. Os trabalhos premiados foram: “Uso de bambu na construção de galinheiro de fundo de quintal no município de Santa Inês”; “Sistemas religiosos no espaço campesino do povoado de Lagoa Queimada”; “Estante encantada: uma experiência de leitura literária na educação infantil”. O evento encerrou com uma apresentação de dança do grupo de estudantes Winx Baiano.
Feira de Saúde e Cidadania
Nesta quarta-feira, 23, a programação do campus seguiu intensa com a Feira de Saúde e Cidadania. Após dois anos sem acontecer, devido à pandemia de Covid-19, a Feira de Saúde e Cidadania do IF Baiano – Campus Santa Inês chega à sua quarta edição em 2022. Idealizada pela Comissão Pró-Saude, a iniciativa promoveu um dia inteiro de atividades dedicadas à saúde e ao bem-estar, com a participação de estudantes, servidores, professores e parceiros na prestação de serviços à comunidade.
A programação contou com oficinas, aulas de dança e yoga, palestras, estandes e apresentações culturais, além de serviços de saúde e cuidados pessoais.
“Realizar a Feira de Saúde e Cidadania nesse contexto, de pós-pandemia, de retorno às nossas atividades, tem um significado muito especial para o nosso campus, porque estamos promovendo ações em educação e voltadas à saúde, alinhadas à formação cidadã e a esse diálogo com o nosso território”, afirma Genilda Lima, diretora geral do campus. “Nos nossos estandes, os expositores são da comunidade e estudantes aqui do campus, que se tornam os protagonistas das atividades. Nesse momento, que estamos em processo de ingresso de estudantes, ações como essas mostram a importância do IF Baiano como instituição de educação”.
Ana Beatriz Santos, estudante do 3° ano do curso Técnico em Alimentos, conta que participava da Feira antes mesmo de ingressar no IF Baiano. “Eu sempre quis muito participar do evento como estudante, porque eu já participei quando estudava em uma escola estadual. Eu vinha pra cá e sempre gostei muito da Feira de Saúde e Cidadania”.
Nesta edição, Ana participou como expositora: “acho muito importante este evento, pois pudemos, a partir da pesquisa que a gente fez, socializar as informações com as pessoas, como a importância da alimentação saudável, a diferença entre misturas lácteas, entre outras informações. É um evento que abre oportunidades para as pessoas”.
O evento teve como parceiros institucionais a Secretaria Municipal de Saúde de Santa Inês, a Secretaria Municipal de Saúde de Jiquiriçá e a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, e contou com a participação voluntária de diversos profissionais da área da saúde e dos cuidados pessoais.
Serviços
Entre os estandes e serviços ofertados estão aulas de dança e yoga, massoterapia, reflexologia, argiloterapia, saúde adolescente, corte de cabelo e manicure, orientações sobre contato e lida com animais peçonhentos, arte e afetividade, plantas medicinais, licureteria, ciência dos alimentos, oficina de dança afro, oficina de capoeira, entre outros.
Para Anderson Jambeiro, presidente da Comissão Pró-Saúde, “o evento tem o significado importante de fazer essa reunião de colaboradores e parceiros do Vale, a UESB, as secretarias municipais de saúde, que estão juntos em diversas atividades da área de saúde. Significa muito também para nós, que somos profissionais da área de saúde do campus, é também um fortalecimento da instituição, da nossa ação cidadã pós-pandemia, e ainda reforça a importância do fortalecimento do SUS, que é o Sistema Único de Saúde brasileiro, e que nós estamos sempre trazendo como carro-chefe em nossos eventos e atividades”.
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