Diante da alta demanda por aparelhos de respiração mecânica em todo o mundo, devido a pandemia do novo coronavírus, da escassez de fornecedores nacionais e dos altos preços desses aparelhos no mercado, pesquisadores do IF Baiano, Campus Guanambi, resolveram desenvolver um protótipo de respirador pulmonar de baixo custo, construído com materiais encontrados no mercado local.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 20% dos pacientes com Covid-19 podem requerer atendimento hospitalar por dificuldade respiratória e desses casos aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório para o tratamento. O percentual pode parecer pequeno, mas quando o número de infectados é grande, esse percentual representa quantidade de pessoas suficiente para sobrecarregar hospitais de forma a faltar respiradores mecânicos para a população.
O projeto é orientado pelo professor Leandro Gonçalves dos Santos, recebe incentivo da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação e da Pró-reitoria de Extensão e conta com a colaboração de parceiros externos: a enfermeira, Elaine Fonseca, o engenheiro aeronáutico, Leonardo Boa Sorte, e o odontólogo, Ricardo Fagundes. “A ideia é que consigamos desenvolver um protótipo de respirador pulmonar com custo inferior a R$ 3 mil e que esse equipamento possa ser fabricado em larga escala por iniciativas privadas locais, movimentando a economia pela geração de emprego e renda”, explica o professor Leandro.
O protótipo tem como referência os modelos de código aberto disponibilizados pelo Massachusetts Institute technology (MIT) e pela Universidade de São Paulo (USP) e, segundo o orientador da pesquisa, o principal desafio é desenvolvê-lo com materiais “genéricos”, encontrados localmente, que o torne barato e de fácil fabricação. Os pesquisadores já desenvolveram a parte mecânica e eletrônica do aparelho e iniciaram a etapa de programação. “Evidentemente que essas três etapas podem requerer ajustes. Já verificamos essa necessidade na parte mecânica, por exemplo”, explica Leandro.
A urgência em soluções exigidas pelo momento e as restrições impostas pela pandemia são dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores. Para Leandro, o distanciamento social tem sido um inimigo na execução do projeto, por impedir a supervisão de diferentes olhares na realização de testes. “Ao executarmos os testes sob apenas um olhar, detalhes passam despercebidos e, mais adiante, precisam ser corrigidos e isso atrasa o andamento”, afirma o professor. Apesar das dificuldades, a pesquisa está conseguindo cumprir o cronograma e se tudo correr bem, em julho o respirador estará pronto, como prevê Leandro.
Os pesquisadores vêm desenvolvendo as etapas em home office, realizando reuniões online. Quando algum teste necessita da supervisão de vários olhares simultâneos, a equipe o faz, utilizando máscaras, álcool em gel, em espaço arejado, mantendo distância de 1,5 metro entre as pessoas.
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