Autorizado pela Resolução CONSUP/IF Baiano nº 45/2018, o Curso de especialização Lato Sensu em Relações Étnico-raciais e Cultura Afro-brasileira na Educação (REAFRO) é voltado principalmente para os professores que atuam na Educação Básica – Ensino Fundamental e Ensino Médio da rede pública.
O curso foi gestado no Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus Valença e teve sua primeira turma iniciada em agosto de 2019. Essa formação foi pensada para subsidiar educadores e educadores da Costa do Dendê ou Baixo Sul da Bahia na efetivação das Leis Federais nº 10.639/03 e 11.645/08).
Tal legislação obriga o ensino da História da África e povos Indígenas e das Culturas Afro-brasileira e Ameríndia nas unidades de ensino do país. Ela aconselha que todas as áreas de conhecimento sejam revisadas a fim de afirmar a contribuição da presença negra e indígena. Mas, o documento alerta que especialmente as áreas da Literatura, História e Artes, que lidam diretamente com os processos identitários e culturais do Brasil, devem incluir os tópicos assinalados.
Desde a promulgação destas Leis, o setor educacional vem lidando com uma demanda cada vez maior por acesso a conhecimentos sistematizados sobre o tema. O material didático, bem como os estudos em áreas especificas ainda são reduzidos. Os raros programas de pós-graduação e suas respectivas linhas de pesquisa também não conseguem atender à necessidade dos docentes em exercício. A demanda por formação continuada no campo da História da África e Cultura Afro-brasileira é cada vez maior, principalmente em lugares de expressiva presença negra, como o estado da Bahia e a região em que se situa o IF Baiano Campus Valença.
Essa parte da Bahia é destacada pela singular geografia (ilhas, serras, praias, manguezais…) propícia à produção de alimentos e à sustentabilidade ambiental contrastando com as desigualdades sociais (instauradas desde a colonização). Destaca-se os modos de vida de povos e comunidades tradicionais, que são assim definidos porque têm na tradição e sustentabilidade a base de organização social. A maioria dessas comunidades vive no campo e, entre esses, identificamos pescadores, marisqueiras, ribeirinhos e remanescentes quilombolas. Por isso, o Curso de Especialização lato sensu em Relações Étnico-raciais e Cultura Afro-brasileira na Educação surge como ferramenta imprescindível para potencializar ou instrumentalizar a ação de educadores no território, visando uma cultura anti-racista no âmbito educacional e social.